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quarta-feira, 15 de maio de 2013

É normal ter tantas dúvidas?

Cá estou eu, que já peguei a senha para entrar na casa dos trinta e mesmo assim ainda tenho dúvidas da década anterior. Os dois últimos anos da minha vida tem sido como uma montanha russa, no topo a alegria por ter me casado, por ter uma família de dois bem feliz, por viver coisas que na época de solteira eu não tinha vivido, já na descida vem as dúvidas, os questionamentos e os sonhos que deixaram de ser sonhos e viraram pesadelos.
O pior pesadelo pra mim é o peso do meu diploma. Explico: logo que me formei não consegui emprego na minha área, mas achei que seria uma coisa passageira, que logo logo eu estaria empregada, mas três anos se passaram e NADA! Hoje não tenho a menor vontade de trabalhar na área da minha formação e ao longo destes anos parada sei que me tornei uma profissional medíocre, já que eu precisaria de atualizações constantes e não as fiz. E por que eu não fiz? Porque não estava a fim. Durante o curso os sinais de que eu não curtia minha futura profissão foram bem claros, mas eu insisti, não poderia largar tudo no meio do caminho. Me agarrei a tudo que eu gostava para conseguir aturar as aulas de criação publicitária e tudo que escorria para este lado, mas eu detestava. Sempre tive dúvidas entre cursar Publicidade ou Jornalismo, optei pela primeira, já que em jornalismo as expectativas de emprego eram quase inexistentes, mesmo que essa fizesse meu coração bater mais forte. e o que eu fiz nesses sete anos? Nada. Mais uma vez a palavra assombrosa que tem tirado meu sono e muitas vezes minha paciência. Hoje nem sei para onde correr, que direção tomar, parece que eu tô num sonho louco, daqueles que você tenta correr e não consegue sair do lugar, perdida no meio do deserto. Meu marido insiste para que eu faça um concurso e sei que com uma certa dedicação eu passaria, já que a teoria da minha "profissão" nunca foi problema para mim, mas essa ideia me dá uma sensação de estar presa, de que eu não seria feliz, apenas pagaria minhas contas com dignidade. Poderia fazer uma nova graduação, mas e se fossem novos quatro anos jogados no lixo? Uma pós? Não me daria certeza de nada, e tudo que eu mais quero é um chão de terra batida para pisar, porque pisar na areia fofa o tempo inteiro cansa demais.
Minha vontade é me embrulhar no meu edredom e esperar que alguém decida por mim, que tudo se resolva e as coisas boas comecem a acontecer, mas esse sonho é quase um daqueles sonhos impossíveis.


Já posso chorar?

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Campos do Jordão (sem ciladas)

Depois de muito tempo sumida resolvi voltar para falar de um lugar que eu amo: Campos do Jordão, da última vez que falei de lá apenas contei as ciladas da minha lua de mel , mas agora quero contar das coisas legais. Viajei para lá em novembro do ano passado, peguei uma promoção em um site de compras coletivas para a mesma pousada da minha honey moon e lá fomos nós.
Comecei super bem porque a pousada me deu um upgrade, passei de um quarto standart para um quarto luxo com hidro. A pousada que eu me hospedei foi a Pousada das Hortensias, que é bem aconchegante, limpa, confortável e com atendimento maravilhoso, o café da manhã é bom e ela fica bem perto do centrinho (uns 800 metros). A única coisa ruim do quarto que eu fiquei era que a acústica não era das melhores.
Da última vez que fui a Campos fiquei três dias, mas vou listar os passeios que fiz nas duas vezes em que fui.



Auditório Cláudio Santoro: se não tiver um evento acontecendo não tem o que ver e ponto final, rs.
Bondinho: se você estiver sem carro vale a pena já que ele faz um passeio pelas principais vilas da cidade: Capivari, Jaguaribe e Abernéssia, num percurso de cerca de 4 Km. Há outros dois itinerários, mas quando fui eles estavam suspensos devido a um acidente.
Ducha de Prata: fica na Vila Inglesa. É uma cachoeira bem bonitinha, com algumas lojas em volta e vale dar uma passada para conhecer.
Morro do elefante e Teleférico: Nele é possível ter uma boa vista da cidade, mas a graça está em ir até lá de teleférico, tem gente que acha easy, pra mim foi um dos piores minutos da minha vida. Eu orei, quase chorei e me arrependi de ter sentado naquela cadeirinha, mas a volta foi beeem mais tranquila.
Mosteiro das Monjas Beneditinas: lugar bonito, que exala paz e é ótimo para tirar fotos. Tem lojinha de artesanato e no final do dia as irmãs entoam cânticos gregorianos para finalizar suas atividades.
Museu Felícia Leirner: museu a céu aberto, com vista bem bacana.
Palácio Boa Vista: é um museu que abriga um bom acervo artístico e histórico e obras de artistas contemporâneos como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti.
Pico do Itapeva: reza a lenda que de lá dá para avistar 15 cidades do Vale do Paraíba, mas quando eu fui só tinha um céu nublado, uma chuva de categoria e lama.



Como boa comilona que sou, uma viagem só é uma viagem se eu puder comer bem, do contrário não tem negócio. Os restaurantes que conheci por lá foram:
Libertango: comida argentina, bem boa. Pedi Ojo de bife e de sobremesa panqueca de doce de leite, a carne estava perfeita, mas doeu no bolso.
Itália Cantina e Ristorante: comida gostosinha, eu optei por um sistema em que o glutão comeria seis tipos de massa e poderia repetir, gostei de algumas e não gostei de outras. Preço razoável.
Pizza ao quadrado e Pastelão do Maluf: pizza bem "marromeno", mas mata a fome com certa dignidade, já o pastelão é só um pastel gigante, nada mais que isso, e para um pastel é meio carinho.
Mercearia Campos e Safari restaurante: comi fondue nos dois e me certifiquei que não gosto do prato, nos dois casos os preços são acessíveis (para o padrão de CJ) e a comida é normal.
Baden Baden: sei não...todo mundo gosta, mas eu achei bem normal e na última vez pedi um prato com eisben (joelho de porco) e não gostei, mas como vive cheio eu acredito que eu não soube fazer boas escolhas.
Lembrando que Campos do Jordão é uma cidade cara, e se quiser economizar vá na baixa temporada, escolha um hotel próximo ao centrinho de Capivari e invista nas caminhadas. É um lugar ótimo para relaxar e vale muito a visita.

domingo, 27 de janeiro de 2013

As estranhezas da vida

Acho que como todos os brasileiros (ou quase todos) eu estou com aquela estranheza pós-tragédia, uma tragédia que não me atinge diretamente, porém que me atinge em alguma camada, e fica dolorido, não de dor forte e dilacerante, mas dor doída e insistente que martela na cabeça e que me faz não pensar em outra coisa.
Acho que a morte faz parte dos fatos incômodos e estranhos da vida, mas tragédias são estranhezas de grau não catalogado, me entende? Onde você sofre somente por se colocar no lugar do outro, seja esse outro quem for, mesmo que na vida anterior ao fato este outro pudesse não despertar em você nenhum sentimento que pudesse lembrar a compaixão.
A tragédia acontece assim, sorrateira, silenciosa e devastadora, devastadoramente triste e cruel. Nesta acontecida hoje as doses de espanto se tornam tão maiores ao pensar que duzentos e tantos jovens não irão se formar na faculdade, não irão ter filhos, não irão ver o sucesso, não irão sofrer a dor das perdas naturais da estranha vida, e isso me inquieta a alma, me inquieta saber que num sopro acabou o bláblá, as gracinhas irritantes que só os jovens conseguem fazer com maestria, na verdade, essa verdade mal-humorada, tudo acabou, ficam apenas sonhos de agenda, rede social, sonhos de fotos e de palavras ouvidas, mas nunca mais repetidas.