Sobre restaurantes & pombos

Domingo a noite, minha mãe já com o buchinho cheio de churrasco (do aniversário do Vitor), avisa:
- Você não vai levar marmitinha para o estágio, porque hoje eu não fiz comida, tá? Vou te dar um dinheirinho para você comer na rua.
(pontos: Minha bolsa-estágio não dá para quase nada, pago tudo e nessa data eu já estou lisa, lisinha.
Dinheiro para comer alguma coisinha, invariavelmente, significa R$5,00, ou menos.)

Peguei o telefone e liguei para minha amiga da faculdade, a Sarinha.

Eu: - Sarinha, leva dinheiro para nós podermos comer no "peruca's Bar"
Sarinha: -Eu não, que nojo.
Eu: - Tô brincando, vamos comer naquele restaurante que você comeu no outro dia?
Sarinha: -Ah, tá. Porquê peruca's bar?
Eu: - Pelo preço deve ter cabelo na comida...

Nojo geral, da minha mãe, do noivo, meu e da Sarinha.

Segunda- feira, chego no "restaurante": R$ 3,99, coma quanto quiser, com direito a uma carne, se comer duas paga mais R$1,20.
Na filinha, noto que os pratos estão úmidos e cheirando a álcool. Ok, melhor cheirando a álcool do que a outras coisas, e os talheres são meio, assim...minha amiga se questiona porquê não levou talheres de casa*. Coloco minha comida com dois pedaços de carninha e me sento, no meio de um monte de Maomé(s) travestidos de operários (pela montanha que foi até eles...de comida, lógico), naquela mesinha com um plástico amarelo e começo a comer e a rir , de repente entra um pombo louco voando pelo restaurante, pára perto da minha mesa e...voa para cima de mim!!!!!
Eu grito, grito e ele vai embora, mas e aí, a cara de boba, dou um sorriso amarelo e termino de comer, com mais uma constatação inútil: Pombos, peruca's bar, eu e R$ 3,99, realmente, não são boas combinações.

*Imagina uma pessoa com um garfo, uma faca e uma colher de sobremesa, tentando entrar no banco. A porta dá aquela travada, e a menina tem que tirar tudo isso da bolsa. (realmente, minha amiga é esquisita, muito esquisita...)