Um surto

Me enchi, me enchi dessa história de casamento e quando digo isso não me refiro aos blogs que eu gosto de visitar e nem a comunidade do orkut que eu visito, mas me cansei de ser noiva general, que quer saber tudo de casamento, que passa o dia inteiro visitando sites com casamentos que não cabem, nem em sonho, no meu orçamento. Cansei de encher os ouvidos alheios com coisas casamentícias.
Sempre achei que iria casar, mas esse era um assunto muito mal elaborado na minha cabeça, não era sonho, era apenas uma constatação de uma realidade para muitas mulheres, então, nunca falei disso com meu noivo, a coisa aconteceu naturalmente,mas minha transformação de mulher bacana em bridezilla foi repentina. De uma hora para outra meus livros ficaram esquecidos, minhas descobertas na internet de coisas absurdas que ficavam vagando na minha cabeça foram rareando, minhas músicas foram deixando de ser ouvidas, para dar lugar a marchas e músicas românticas inspiradoras, mas essa não sou eu. Eu deixei de ser a FABIANA para ser a NOIVA, eu passei a agir como uma mariquinha (desculpa, gente), que ama mais a festa do casamento do que o próprio noivo. Onde foi parar a Biana que deve ter conquistado o JV por pensar muito, por não ligar para combinações de cores, por rir de tudo até quando não devia, por ser alguém sempre em mutação e que se transformou em uma ostra vestida de noiva. Quando ele dizia rindo: - Você está chata. Eu respondia: - Eu sou mulher.
Opa, eu não sou mulher, eu sou Fabiana e posso ser o que bem entender. Só não quero ser uma coisa : fofa. Nunca fui (acho lindo quem é, acho mulher meiga super fofo, rsrsr) e não vou fingir ser a noiva que quer saber de tudo, fingir ser prendada ou ser uma dona de casa exemplar, não quero, nunca quis. Não quero tirar fotos olhando nos olhos, com um romantismo constrangedor para mim. Eu acho que eu estava incomodando meu noivo, sendo uma menininha que nunca fui. Ele não me conheceu assim, me conheceu sarcástica e risonha e de repente parou com um bibelô paraguaio nas mãos, um bibelô de mentira, uma peste de um bibelô falante programado em um único modo: casamento.
Eu deitei na cama e fiquei que nem uma louca, chorando, pensando...se meu namoro acabar porque eu fiquei maluca e troquei de personalidade. Porque quis agradar a sogra, a cunhada, a família sendo uma menina exemplar. Pronto, não sou exemplar e me quero de volto, quero que minha alma volte para o meu corpo, rsrsrsrs e essa neurose casamentícia seja apenas um interesse saudável. É isso mesmo, quero ler e escrever sobre casamento de forma saudável, quero satisfação e não vício. Quero ler sobre os amores e descobertas de outras noivas, quero poder ajudar, quero ser noiva, mas quero ser normal.
Ufa, precisava desabafar...
Ainda bem que todas as noivas não são assim.